O professor, antes de qualquer coisa, é um ser humano, e está, portanto, sujeito a erros e acertos na sua caminhada profissional. A imagem do professor como dono da razão e da moral é um paradigma que só deve existir no campo da imaginação.
No filme “O Clube do Imperador” o professor, Sr H, docente de uma escola tradicional, destinada a jovens da classe alta americana, vê-se desafiado por um jovem indisciplinado e desinteressado pelos estudos, com o agravante de ser filho de um senador. Coincidências à parte, este tipo de aluno é cada vez mais comum nas nossas salas de aula pois, infelizmente, a entidade basilar da sociedade, a família, encontra-se em contínuo processo de degradação.
Mas o que fazer com um aluno desses? Os outros alunos da classe seguiam ao padrão desejado pela instituição, haviam algumas brincadeiras típicas de adolescentes mas nada que beirasse a “marginalidade” do aluno novato. As aulas, por outro lado, seguiam um padrão de instrução tradicional, no qual o professor se colocava como detentor do conhecimento e explorava, sobretudo, a memória dos seus alunos, que tinham que decorar nomes, datas e fatos históricos, sem reflexões críticas, sem o real sentido da educação. Apenas em um momento do filme surgiu uma discussão sobre o conteúdo trabalhado, exatamente no instante em que o tal aluno indisciplinado emitiu sua opinião sobre os fatos ali tratados. Naquele instante o aluno teve a coragem de dizer que discordava do professor. O transtorno estava estabelecido. O professor fora desafiado em um dos pontos que ele mais prezava - o domínio do conteúdo. Para piorar as coisas o pai do aluno “problemático” questiona ao professor qual a real importância dos conhecimentos transmitidos por ele para a vida dos alunos. Uma crise estava formada na cabeça do professor.
A arrogância era um traço visível na postura do aluno, e o professor, Sr H, que, na mais clara tendência behaviorista, acreditava ter também como missão moldar o caráter dos seus alunos, tentou fazer uso dela. Em uma das aulas chamou o aluno à frente e fez perguntas que ele não sabia responder, então o professor fez as mesmas perguntas para a turma e todos, em coro, responderam. Naquele momento o professor aproveitou a oportunidade para fazer o seu sermão, com requintes de humilhação para o aluno indisciplinado, que ficou visivelmente envergonhado. Logo após isso o professor procura o jovem, diz que acredita no seu potencial e o desafia a ingressar numa competição de perguntas e respostas sobre os temas ministrados em aula. Por orgulho ferido, e somente por isso, o aluno topa o desfio e passa a se dedicar aos estudos. Este foi um erro crucial do professor, pois o real estímulo para os alunos está no professor conseguir tornar o conhecimento intrigante, envolvente, dar contextualização real, mostrar para o aluno a importância daquele tema para a sua vida cidadã, e não apenas para servir como ferramenta de engrandecimento do ego. Por sinal, colocar alunos para competirem na forma como vimos no filme não contribui para a convivência escolar sadia, na qual devemos estimular a fraternidade entre eles. Num contexto de competição intelectual, alunos que naturalmente possuem dificuldades de aprendizado sentem-se rebaixados e certamente vivem momentos muito infelizes durante sua escolarização, enquanto que os mais capazes poderão sentir-se seres humanos superiores.
No filme “O Clube do Imperador” o professor, Sr H, docente de uma escola tradicional, destinada a jovens da classe alta americana, vê-se desafiado por um jovem indisciplinado e desinteressado pelos estudos, com o agravante de ser filho de um senador. Coincidências à parte, este tipo de aluno é cada vez mais comum nas nossas salas de aula pois, infelizmente, a entidade basilar da sociedade, a família, encontra-se em contínuo processo de degradação.
Mas o que fazer com um aluno desses? Os outros alunos da classe seguiam ao padrão desejado pela instituição, haviam algumas brincadeiras típicas de adolescentes mas nada que beirasse a “marginalidade” do aluno novato. As aulas, por outro lado, seguiam um padrão de instrução tradicional, no qual o professor se colocava como detentor do conhecimento e explorava, sobretudo, a memória dos seus alunos, que tinham que decorar nomes, datas e fatos históricos, sem reflexões críticas, sem o real sentido da educação. Apenas em um momento do filme surgiu uma discussão sobre o conteúdo trabalhado, exatamente no instante em que o tal aluno indisciplinado emitiu sua opinião sobre os fatos ali tratados. Naquele instante o aluno teve a coragem de dizer que discordava do professor. O transtorno estava estabelecido. O professor fora desafiado em um dos pontos que ele mais prezava - o domínio do conteúdo. Para piorar as coisas o pai do aluno “problemático” questiona ao professor qual a real importância dos conhecimentos transmitidos por ele para a vida dos alunos. Uma crise estava formada na cabeça do professor.
A arrogância era um traço visível na postura do aluno, e o professor, Sr H, que, na mais clara tendência behaviorista, acreditava ter também como missão moldar o caráter dos seus alunos, tentou fazer uso dela. Em uma das aulas chamou o aluno à frente e fez perguntas que ele não sabia responder, então o professor fez as mesmas perguntas para a turma e todos, em coro, responderam. Naquele momento o professor aproveitou a oportunidade para fazer o seu sermão, com requintes de humilhação para o aluno indisciplinado, que ficou visivelmente envergonhado. Logo após isso o professor procura o jovem, diz que acredita no seu potencial e o desafia a ingressar numa competição de perguntas e respostas sobre os temas ministrados em aula. Por orgulho ferido, e somente por isso, o aluno topa o desfio e passa a se dedicar aos estudos. Este foi um erro crucial do professor, pois o real estímulo para os alunos está no professor conseguir tornar o conhecimento intrigante, envolvente, dar contextualização real, mostrar para o aluno a importância daquele tema para a sua vida cidadã, e não apenas para servir como ferramenta de engrandecimento do ego. Por sinal, colocar alunos para competirem na forma como vimos no filme não contribui para a convivência escolar sadia, na qual devemos estimular a fraternidade entre eles. Num contexto de competição intelectual, alunos que naturalmente possuem dificuldades de aprendizado sentem-se rebaixados e certamente vivem momentos muito infelizes durante sua escolarização, enquanto que os mais capazes poderão sentir-se seres humanos superiores.
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