terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Funções educativa e avaliativa

Seria a função avaliativa subordinada à função educativa?

De acordo com o dicionário Michaelis o termo "subordinado" significa aquele que depende de outrem, que é inferior ou menos importante.

Se a função avaliativa fosse entendida meramente como subordinada à função educativa estaríamos raciocinando de modo vertical, guardando as avaliações numa “caixa” níveis abaixo da “caixa” da função educativa num suposto “organograma da educação”, como se tudo funcionasse em termos hierarquizados.



Na realidade as funções educativa e avaliativa devem ser vistas como elementos adjacentes e indissociáveis. Não se pode pensar em educação sem avaliações nas suas mais variadas vertentes, e nem avaliações sem educação paralela. Ao se avaliar estamos também educando. A função avaliativa não deve ser vista como subordinada à função educativa, pois ela própria também se torna elemento de educação ao promover a possibilidade de discussão das falhas, erros e acertos do processo educativo. Dentre os filósofos talvez Friedrich Nietzsche tenha sido o que mais valorizava o erro como fonte energética para o engrandecimento e maturidade intelectual. Neste contexto a avaliação detalhada dos erros constitui-se de forte função educacional. Ao promovermos uma profunda reflexão sobre uma avaliação ou a certo processo avaliativo, estamos educando não só aos alunos, mas também aos professores e à própria instituição escolar. Este “feed back” que o estudo das avaliações nos traz pode afetar decisivamente a função educativa, a ponto de alterá-la profundamente em certos casos, o que não seria possível se a função avaliativa estivesse na condição de mera dependência ou inferioridade da função educativa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário